Pajubá Festival abre inscrições

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Em busca de fortalecer artistas LGBTQIA+, evento realizado pela Companhia Ir e Vir, de São José do Rio Preto (SP), recebe propostas a partir deste sábado (2/1), nas áreas de dança, música, literatura, audiovisual, teatro e performance

Começam neste sábado, 2 de janeiro, as inscrições para o Pajubá Festival, evento com programação gratuita para toda a comunidade que pretende fortalecer e visibilizar o trabalho artístico-cultural de grupos mais vulneráveis, prioritariamente das pessoas LGBTQIA+, da população negra e indígena. Realizado pela Companhia Ir e Vir, de São José do Rio Preto (SP), com programação gratuita e transmitida pela internet, o evento também irá promover reflexões sobre temas que atravessam as pessoas LGBTQIA+, buscando contribuir para o combate a práticas discriminatórias.

Grupos, coletivos, produtoras e artistas de todo o Estado de São Paulo podem enviar propostas nas áreas de dança, música, literatura, audiovisual, teatro e performance. Pelo menos 80% das atrações selecionadas serão de residentes de São José do Rio Preto.

O Pajubá Festival será realizado de 7 a 11 de abril de 2021, em formato presencial e virtual, com transmissão pelos canais da Cia. Ir e Vir no YouTube e Facebook. Essa é a primeira edição do evento, que foi um dos contemplados pelo Edital 06/2020 – Auxílio para Festivais de Culturas, da Lei Aldir Blanc, lançado pela Secretaria Municipal de Cultura de São José do Rio Preto.

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas, exclusivamente, por meio de formulário online, através do link https://bit.ly/InscricaoPajubaFestival, que será disponibilizado pela Companhia Ir e Vir no Facebook e Instagram (perfis @cia.irevir), até às 23h59 do dia 20 de janeiro. No link para o formulário, também constarão o regulamento completo e as demais instruções para a inscrição.

Formatos

A programação do Pajubá Festival será pautada por três ações principais: Mostra Artística, Encontros Virtuais de Ideias e Atividades Formativas. As inscrições são para três formatos dentro da Mostra Artística. São eles:- Performances Artivistas: trabalhos performativos, preferencialmente solos, com duração aproximada de 30 minutos e que evidenciem o discurso do ativismo LGBTQIA+;

– Mostra Pop: obras nos segmentos de dança, teatro, música e artes integradas;

– Drama Queer: obras literárias com temática LGBTQIA+, cultura da população negra e cultura da população indígena, podendo ser texto teatral, poesia, conto, entre outros formatos.

Requisitos

A curadoria da Mostra Artística irá selecionar 12 propostas (quatro em cada formato), contemplando prioritariamente projetos de pessoas LGBTQIA+ que sejam idosas, da comunidade negra, indígenas, com deficiência ou mobilidade reduzida e profissionais da arte drag queen. Outro critério será o histórico dos artistas, grupos ou coletivos. A curadoria será realizada por artistas de São José do Rio Preto de notório reconhecimento artístico e cultural.

A participação de menores de 18 anos será permitida somente com a autorização do responsável legal e do Juizado da Infância e Juventude. Não será permitida a presença de animais em cena. Os trabalhos selecionados serão gravados entre os dias 15 e 16 de março, na sede da Cia. Cênica, e posteriormente editados para o ambiente virtual.

Valores

Cada proposta selecionada no formato Performances Artivistas receberá o valor de R$ 1.000,00. Para a Mostra Pop, o valor individual será de R$ 2.500,00 e, para Drama Queer, de R$ 500,00.

O resultado será divulgado no dia 24 de janeiro, nas redes sociais da Cia. Ir e Vir, e também informado por e-mail aos proponentes selecionados.

Convidados

Para as demais ações do festival – Encontros Virtuais de Ideias e Atividades Formativas -, os participantes serão convidados. A mediação de Encontros Virtuais será de Alexandre Felipe, psicólogo e membro do Núcleo da Diversidade Sexual e do Núcleo das Relações Étnico-Raciais do Conselho Regional de Psicologia (subsede de São José do Rio Preto), e de Gaia do Brasil, artista plástico, maquiador, professor de dança contemporânea e drag queen.

A Cia. Ir e Vir

Completando dez anos de resistência em 2021, a Cia. Ir e Vir tem construído ao longo de sua trajetória uma identidade própria, através da pesquisa sobre o teatro contemporâneo, atrelada a temas que promovam um self da sociedade atual, com propostas inseridas no cotidiano brasileiro. O grupo inseriu-se rapidamente no http://revistadestac.com.br/wp-content/uploads/2017/07/close-de-diversas-pessoas-dando-as-maos-scaled-1.jpg regional, obtendo reconhecimento pelo engajamento artístico-político-social na cobrança de políticas públicas em São José do Rio Preto, onde está sediado.

Conceito

O Pajubá Festival surgiu da urgência do fortalecimento do respeito às pessoas e à cultura LBGTQIA+, tendo em vista o avanço do conservadorismo no Brasil e, consequentemente, do agravamento da violação de direitos dessa comunidade. “O Pajubá Festival propõe um olhar para a camada menos expressiva artisticamente da cidade de São José do Rio Preto, a comunidade LBGTQIA+, não menos expressiva pela falta de conteúdo e sim pela falta de oportunidade e espaço, fazendo-se lembrar a cidade conservadora em que vivemos”, diz o diretor, dramaturgo e ator da Cia. Ir e Vir Tiago Mariusso, coordenador do Pajubá Festival.  

Conhecido como o dialeto LGBTQIA+, o pajubá (ou bajubá) é mais que um punhado de gírias divertidas, como “lacre”, “bafo” ou “uó”. “Cada vez mais ele é incorporado ao vocabulário de muitos brasileiros, especialmente ao dos jovens, mas possui raízes históricas e, o mais importante, de resistência”, aponta Mariusso.

O pajubá tem origem na fusão de termos da língua portuguesa com termos extraídos dos grupos étnico-linguísticos nagô e ioruba, que chegaram ao Brasil com os africanos escravizados originários da África Ocidental e reproduzidos nas práticas de religiões afro-brasileiras. “Os terreiros de candomblé sempre foram espaços de acolhimento para as minorias, incluindo a comunidade LGBT+, que passou a adaptar os termos africanos em outros contextos”, observa o coordenador do evento.

Por conta disso, intitular o festival com o nome Pajubá, segundo ele, é reconhecer a origem dessa homogeneidade da cultura brasileira, e ao mesmo tempo despertar a curiosidade na busca por nossas raízes. “A arte LGBTQIA+ foi e é pulsante, seja no teatro, na dança, na música ou nas artes plásticas, bem como nas casas noturnas, com seus performers e a variada reverberação da arte drag queen”, pontua.

Mais informações ou dúvidas pelo e-mail: [email protected].