Felipe Lucio Cordeiro Freitas lista os principais cuidados e procedimentos disponíveis hoje para prevenir e tratar problemas e doenças do aparelho auditivo
O primeiro Relatório Mundial sobre Audição da OMS (Organização Mundial de Saúde), divulgado em 2021, estima que, no ano de 2050, cerca de 2,5 bilhões de pessoas viverão com certo grau de deficiência auditiva e que, no mínimo, 700 milhões delas vão precisar de serviços voltados para a recuperação.
Os dados assustam, mas, segundo o otorrinolaringologista Felipe Lucio Cordeiro Freitas, do Hiorp (Hospital de Otorrino e Especialidades), em Rio Preto, eles chamam a atenção para a importância dos cuidados preventivos. Por isso, o médico apresenta um dossiê completo dos ouvidos, destacando os principais cuidados e os procedimentos disponíveis hoje para tratar problemas e doenças do aparelho auditivo.
O perigo dos fones
Um ano depois de divulgar o primeiro relatório da audição, a OMS chamou a atenção da população global para outro grave problema relacionado aos ouvidos: mais de 1 bilhão de pessoas com idade entre 12 e 35 anos correm o risco de perda auditiva devido à exposição prolongada e excessiva à música alta, seja pelo uso de fone de ouvidos ou por frequentar eventos com som em alto volume.
Segundo Freitas, o uso abusivo de fones de ouvidos é hoje a grande ameaça à saúde auditiva. “A exposição a ruídos sem proteção e o hábito de ouvir música em alto volume através dos fones provoca uma perda auditiva irreversível em longo prazo. A pessoa nunca conseguirá ter novamente a mesma audição de antes”, explica. “Por isso, é muito importante que pessoas nessas condições procurem o médico para fazer uma audiometria pelo menos a cada seis meses”, acrescenta.
Abaixo ao cotonete
O otorrino do Hiorp destaca outro hábito muito comum e que pode gerar vários problemas auditivos: o uso indiscriminado de cotonete. “Geralmente, a pessoa sente uma coceira, sente que tem um acúmulo de cera e acha que vai conseguir limpar usando o cotonete. No entanto, ela só empurra mais essa cera para dentro do conduto auditivo causando obstrução, o que pode gerar perda auditiva condutiva. Ou seja, a pessoa precisa ir até o médico para fazer uma lavagem do ouvido porque não consegue ouvir devido ao excesso de cera”, sinaliza.
Ainda segundo Freitas, o cotonete pode ocasionar lesão no próprio conduto auditivo, ocasionando uma otite externa, que, conforme o grau de infecção, poderá demandar tratamento com analgésico e antibiótico.
O especialista ainda destaca que quadros de obstrução auditiva são comuns em crianças e adultos que têm gripes recorrentes. “Os ouvidos acabam enchendo de secreção, a orelha média fica preenchida e a pessoa fica com aquela sensação de água no ouvido. A otite média serosa se resolve de um a três meses, mas perdura em alguns casos, precisando de um tubinho de ventilação para drenar esse excesso de secreção e restaurar a audição.”
A força da ciência
Entre os tratamentos e tecnologias de saúde disponíveis hoje para a prevenção e o tratamento de problemas auditivos, o médico do Hiorp destaca o teste da orelhinha, incorporado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em 2006, como um grande avanço. “É possível identificar de forma precoce qualquer problema que possa afetar a audição da criança, lançando mão do tratamento em tempo hábil para seu desenvolvimento neuropsicomotor.”
No rol de tecnologias e tratamentos, Freitas aponta a evolução dos procedimentos cirúrgicos para problemas como otite média crônica, geralmente ocasionada por uma má formação óssea na região auditiva, além das próteses e dos implantes cocleares.
Serviço
Hiorp – Hospital de Otorrrino e Especialidades
Av. Benedito Rodrigues Lisboa, 1975 – Vivendas
São José do Rio Preto (SP)
Site: hiorp.com.br