Volta às aulas, vida de adulto x ninho vazio.

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Artigo

*Dra Silvia Helena Cardoso do Amaral / CRP06/113107

Síndrome do ninho vazio, nada mais é que um fenômeno psicológico que acontece quando os pais experienciam um sentimento de solidão, tristeza, perda, luto, e até depressão, quando os filhos deixam os lares para viverem sua independência.

Meu filho(a) voou e agora? Quem nunca ouviu falar dessa síndrome? Mas, você entende O estágio do ninho vazio do domicílio é caracterizado de várias formas. Porém, geralmente é usado para se referir à fase pós-paternidade ( Barber, 1989).

As mulheres são mais tendenciosas a desenvolverem a síndrome, muito mais doloroso internalizar que a fase dos bebês, a doce infância dos filhos terminou, e eles alçaram voo. Ou para uma faculdade, casaram-se, ou se mudaram de cidade, estado ou país.

Muitas vezes, quando os filhos saem de casa, as mães também passam por outros eventos significativos da vida, como a menopausa ou o cuidado de pais idosos. Considerando que mulheres são mais emotivas e ligadas aos filhos pela maternidade, ou seja, gestação, amamentação, que nutrem esse sentimento ao longo da vida.

Enquanto muitos pais encorajam seus filhos a se tornarem adultos independentes. A experiência de entregar os filhos para o mundo pode ser dolorosa.

E não é somente a solidão, ou sentimento de perda, mas o se reinventar nessa nova dinâmica familiar, em que todos se sentavam a mesa nas refeições, os churrascos de domingo, a toalha molhada em cima da cama, as roupas espalhadas pelo quarto a hora que chegava em casa das festinhas dos amigos, ou da casa da namorada. Não saber o que comeu, se comeu. Ou seja, não há mais esse controle.

Os chamados incessantes: oh mãe, cadê meu tênis preto da Nike? ou…Mãe você sabe onde está minha saia verde de cadarço na cintura? E viver tudo isso gera tristezas, e as vezes profundas.

Internalizar essas situações é desconstruir uma vida, vivida a eles, mesmo sabendo que um dia esse dia chegaria, ninguém se prepara psicologicamente para viver essa condição, achamos que eles são nossos e mais, para sempre.

Os filhos pertencem a eles, irão sair de casa, para viver a vida que escolherem, se é cursar uma faculdade e ter liberdade financeira com a profissão escolhida, ou para compor uma nova família.

Portanto entende-se que não se trata apenas da ausência física dos filhos, mas de uma transição para uma nova fase de autonomia, tanto para os pais quanto para os jovens adultos que deixam o lar. Pois são questões relacionadas a identidade e autonomia, pois a partida dos filhos não é um ato isolado, mas um desencadear a revisitação as experiencias parentais que traz uma possibilidade de ressignificar a vida pessoal.

Existem alguns sintomas que identificam essa síndrome que são:

*sentimento de tristeza profunda, solidão, vazio

*sensação de impotência, abandono

*alteração do sono, agitação, ansiedade

*falta de energia e disposição, diminuição da autoestima

Porém existem algumas formas de lidar com essa situação.

1-Aceitar o momento, dando suporte e acolhendo o filho(a) nesse momento de transição, demostrando que por mais que doa, você está torcendo e vibrando com as escolhas e que sempre será um porto seguro se assim ele precisar, isso será um alento de mão dupla.

2-Manter o contato, estar presente na vida dos filhos mesmo morando distante, cultivando momentos de prazer e união, com passeio e reuniões familiares, telefonemas, manter um vínculo saudável de respeito e bem querer.

3- Desprenda do sentimento de pose, agora sua criança é um adulto, e por ser, faz escolhas toma decisões as quais você não opina, somente orienta, pois não está mais no dia a dia dele. Confie na educação que você deu.

4-Internalize que não houve perdas, somente é o processo da evolução, que chegou o momento de se priorizar de cuidar da sua saúde, empreender, fazer novos cursos, conhecer novos lugares e pessoas, retomar o namoro conjugal, aproveitar a vida.

5-Comece uma atividade física, faça novos amigos, esteja em vários ambientes diferentes, e se permita a experimentar novas possibilidades.

Porém há relatos que a dificuldade em refazer a vida se torna muito difícil, quase insuportável, então está na hora de buscar ajuda, familiar, amigos, na sua crença, e de um bom profissional que o ajudará a entender e passar pela síndrome do ninho vazio.

Somos seres únicos, dotados de sabedoria, livres para fazermos escolhas sendo elas assertivas ou não. Nosso papel de pais: encorajar, estimular, aplaudir e amar.

*Professora, psicopedagoga e psicóloga, Sílvia Helena Cardoso do Amaral é pós-graduada em Psicologia Sexual, Neuropsicologia, Psicanálise Clínica, Saúde Mental e Terapia de Casais.

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