Artigo
*Dra Silvia Helena Cardoso de Moraes
Você sente culpa por dizer “não”? Está sempre se adaptando às necessidades dos outros, mesmo que isso te machuque? Talvez você esteja vivendo a Síndrome da Boazinha.
O que é a Síndrome da Boazinha?
Não é um diagnóstico clínico, mas um nome popular para um padrão comportamental em que a pessoa muitas vezes mulheres, mas não só sente que precisa ser sempre gentil, prestativa e disponível. Por trás disso, existe o medo profundo de rejeição, abandono ou conflito.
Essa “boazinha” diz sim quando quer dizer não, evita confrontos a qualquer custo e coloca as necessidades dos outros acima das suas.
O que está por trás desse comportamento?
• Infância marcada por exigências emocionais: crianças que foram elogiadas apenas quando se comportavam bem ou agradavam os adultos aprendem a associar amor à obediência e autoanulação.
• Medo de rejeição: dizer “não” pode trazer à tona o medo inconsciente de ser deixada, ignorada ou considerada egoísta.
• Necessidade de validação externa: a aprovação alheia vira o principal termômetro de valor pessoal.
• Resposta de apaziguamento (fawn): um dos quatro tipos de resposta ao trauma (lutar, fugir, congelar e agradar) é o de apaziguar. A pessoa tenta controlar o ambiente sendo “boazinha”, na esperança de evitar conflitos ou violência emocional.
Os riscos da “boazinha crônica”
• Esgotamento emocional
• Relações desequilibradas e abusivas
• Raiva reprimida e baixa autoestima
• Perda de identidade e propósito
Como sair desse ciclo?
1. Reconheça que ser boazinha não é sinônimo de ser boa.
Você pode ser empática, justa e gentil sem se anular.
2. Comece a identificar seus limites.
Onde você sente desconforto, raiva ou cansaço? Esses são sinais claros de que algo precisa mudar.
3. Pratique o “não” com pequenas coisas.
Dizer não não te torna egoísta te torna honesta.
4. Busque apoio terapêutico.
Trabalhar essas raízes com um profissional pode acelerar (e muito) o processo de mudança.
Conclusão
Ser gentil é lindo. Mas se isso custa sua paz, seu sono e sua autoestima, talvez seja hora de revisar o que significa “ser boa”. Você não está aqui para se sacrificar por todos. Você está aqui para viver com verdade.
*Professora, psicopedagoga e psicóloga, Sílvia Helena Cardoso do Amaral é pós-graduada em Psicologia Sexual, Neuropsicologia, Psicanálise Clínica, Saúde Mental e Terapia de Casais.
Silvia Helena Cardoso do Amaral / CRP06/113107

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