Entenda a relação da cirurgia plástica no tratamento de câncer de mama

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Mulheres mastectomizadas apresentam melhoras psicológicas após realização da reconstrução mamária.

Realizada anualmente, a campanha Outubro Rosa é fundamental na conscientização quanto à importância da prevenção do câncer de mama, tanto por meio do autoexame como pela realização periódica da mamografia.

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, representando 29% das patologias oncológicas entre o público feminino. 

Anualmente, são mais de 65 mil novos casos de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), sendo que mais de 17 mil vidas são perdidas todos os anos em decorrência da doença.

O diagnóstico precoce é o principal aliado na diminuição da mortandade do câncer de mama, o que aumenta a importância do Outubro Rosa.

O que é a mastectomia e quando ela é indicada?

O tratamento do câncer de mama é muito influenciado pelo estágio no qual a doença se encontra e tipo de neoplasia. 

Quando o câncer de mama está em um estágio avançado, não viabilizando o tratamento quimioterápico ou radioterápico, a mastectomia é a conduta frequentemente indicada.

A mastectomia consiste na remoção completa de uma ou de ambas as mamas para retirada cirúrgica do tumor e das células próximas que podem ser acometidas, resultando em uma reincidência da doença.

Existem diversas técnicas de mastectomia dependendo do tipo de tumor e também do estágio da patologia, como:

  • mastectomia simples quando é removida toda a mama, incluindo o mamilo;

  • mastectomia dupla nos casos em que é necessária a remoção de ambas as mamas para reduzir as chances de reincidência;

  • mastectomia poupadora da pele no caso de a remoção das mamas ocorrer simultaneamente à reconstrução mamária;

  • mastectomia poupadora do mamilo quando os nódulos são menores e a doença está em estágio inicial, podendo preservar a pele e mamilo para uma reconstrução mamária futura;

  • mastectomia radical que é necessária em casos mais severos e inclui a remoção de toda a mama, dos linfonodos axilares e dos músculos peitorais.

O tipo de mastectomia a ser realizada depende de uma avaliação do oncologista, ponderando a gravidade da patologia, estágio, chances de reincidência, entre outros fatores.

Quando a cirurgia plástica é indicada após a mastectomia?

A cirurgia plástica de reconstrução mamária é um procedimento restaurativo e não estético, de forma que pode contribuir na recuperação da paciente.

Todos os tipos de mastectomia são invasivos e podem resultar em sequelas emocionais às pacientes de forma que nem sempre a alteração estética é o aspecto mais relevante a ser avaliado nesses casos.

A mama tem uma importante simbologia à feminilidade, autoestima e satisfação pessoal da paciente, sendo que a remoção de uma ou de ambas as mamas pode ser seguida da indicação pela prótese de silicone para redução dos impactos negativos da patologia.

A cirurgia plástica pode ser simultânea à mastectomia, sendo nomeada de reconstrução imediata. Essa conduta beneficia à preservação estética e contribui na autoestima e satisfação pessoal das pacientes, o que também é positivo ao tratamento oncológico.

Em alguns casos, apesar de se tratar de uma minoria deles, a reconstrução mamária é tardia, não podendo ser realizada imediatamente, no entanto, isso não impede que a cirurgia plástica ocorra posteriormente.

Quais os benefícios da reconstrução mamária?

Como mencionado, a reconstrução mamária após a mastectomia para pacientes com câncer de mama é benéfica também ao tratamento oncológico e pesquisas científicas já comprovam isso.

Uma pesquisa conjunta entre a University of Toronto, no Canadá, e o Memorial Sloan Kettering Cancer Center, nos Estados Unidos, constata esses benefícios.

O estudo foi realizado com 51 pacientes submetidas à reconstrução mamária após a mastectomia e verificaram-se resultados positivos após três semanas da cirurgia.

As pacientes mostraram-se psicologicamente mais felizes, além de benefícios à socialização e libido, com retomada do desejo sexual que consiste em um desafio às pacientes mastectomizadas.

No caso da cirurgia plástica de reconstrução mamária, as alterações não incluem apenas a colocação da prótese de silicone, mas o cirurgião plástico sempre buscará um resultado esteticamente mais satisfatório com a reconstrução da aréola e do mamilo.

Existem diferentes técnicas reconstrutivas que já apresentam resultados satisfatórios, como uso de cartilagem autógena (da orelha ou da coxa) e também a micropigmentação definitiva.

Para identificar qual técnica apresentará resultados mais satisfatórios, o cirurgião plástico fará uma avaliação individualizada do caso, buscando sempre poupar a paciente física e emocionalmente.

A campanha Outubro Rosa é uma importante aliada para que o diagnóstico precoce amplie as condutas possíveis no tratamento oncológico para que ele seja o menos invasivo possível e com menor comprometimento físico e emocional à paciente.

Ainda assim, a cirurgia plástica como um recurso adicional ao tratamento de câncer de mama gera benefícios à satisfação pessoal e qualidade de vida das mulheres que precisam recorrer à mastectomia.