Metodologia pode auxiliar laboratórios em casos de modificações causadas por doenças como leucemia
Pesquisa desenvolvida pelo doutorando Marcos Paulo Miola, do programa de pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP contribui com a identificação correta de tipos sanguíneos raros de doadores de sangue e pacientes que necessitam de transfusão – um procedimento difícil de ser realizado em muitos laboratórios.
“Em casos de tipos de sangue raros ou modificados por doenças, há muita dificuldade em se identificar o tipo sanguíneo. É preciso conhecer muitas características de tudo o que envolve a expressão dos antígenos dos grupos sanguíneos, análises de DNA e análises às vezes até mesmo de familiares. O que nós desenvolvemos é uma nova estratégia, que facilita bastante o trabalho dos laboratórios na hora de realizar essa identificação”, explica o professor Dr. Luiz Carlos de Mattos, orientador do estudo no Laboratório de Imunogenética da FAMERP.
Com a metodologia desenvolvida, o Laboratório de Imunogenética conseguiu melhores resultados especialmente em doenças, como por exemplo da leucemia mieloide aguda, em que podem ocorrer alterações na expressão dos antígenos que definem os tipos sanguíneos. De acordo com os pesquisadores, alguns casos foram inicialmente identificados como sendo do tipo O, mas, na realidade, eram do tipo A.
Essas alterações podem ocorrer como consequência da doença, que favorece o processo chamado metilação do DNA, afetando o gene responsável pela determinação do tipo sanguíneo. Embora isso não ofereça riscos transfusionais, por serem tomadas todas as medidas de segurança para proteger os pacientes, é necessário que o verdadeiro tipo sanguíneo seja corretamente identificado.
Os resultados desta pesquisa já foram divulgados em revistas científicas especializadas e em eventos científicos e estão contribuindo para a correta tipagem sanguínea de doadores e pacientes.