A Praça Monsenhor Albino, no Centro, estará repleta de arte na manhã deste sábado, dia 26. A data será marcada por um sarau em homenagem ao aniversário do pintor Benedito Calixto, celebrado em 14 de outubro. Ele é o autor das telas históricas que compõem as paredes e teto da Igreja Matriz de São Domingos.
Essa é a primeira vez que um evento como esse é realizado em Catanduva. O público poderá conferir declamações do Grupo de Poesias Guilherme de Almeida, apresentações musicais com a Trecho Produções e a contação de “causos” de Benedito Calixto, com os arte-educadores Lucas Alves e Rafael Jorda.
A iniciativa tem apoio da Prefeitura de Catanduva, por meio da Secretaria de Cultura. A programação é gratuita e será realizada das 10 às 12 horas.
Para quem não sabe, a Igreja Matriz reúne o maior acervo de obras de Benedito Calixto em um único local. A construção do templo teve início em 1919, em trabalho liderado por Padre Albino. Por indicação do juiz de direito Mergulhão Lobo, o padre contratou Benedito Calixto para a ornamentação da igreja.
O artista pisou em terras catanduvenses no dia 7 de fevereiro de 1925 e, depois de elencar os espaços que teria para mostrar a própria arte, foi para São Paulo, quando teve início a pintura de telas que representam personagens e passagens bíblicas.
Patrimônio histórico de Catanduva, a igreja integra o roteiro turístico do Estado de São Paulo desde 1965. Após o sarau, será realizado um tour pelo interior do prédio, para que o público conheça ou reveja as obras do artista, falecido em 1927.
Quem foi
Benedito Calixto de Jesus, um dos maiores pintores brasileiros, nasceu em 1853, em Itanhaém, e faleceu em 1927, em São Paulo. Foi autodidata e desde menino revelou sua vocação para a arte. Aos 18 anos, apresentou seus primeiros quadros no Salão Nobre do jornal Correio Paulistano, com sucesso de crítica.
Em Santos, executou as pinturas na decoração do Teatro Guarani. Consagrado por essa obra, o Visconde Vergueiro lhe concede recursos para estudar na Europa, onde frequentou o atelier de Jean François Raffaelli e, depois, a Academia Julien.
Além da arte, foi amante da ciência, da história e autor de numerosa obra literária. Professor emérito de diversos pintores, em 1924, foi agraciado pelo Papa Pio XI, com a Ordem da Cruz de São Silvestre, pelo conjunto de sua obra pictórica de caráter religioso. Deixou legado de 700 obras espalhadas em igrejas e museus.
Histórico: Nelson Bassanetti (www.catanduvacidadefeitico.com.br