O espetáculo, inspirado no conto homônimo de Machado de Assis, traz à cena discussões sobre a escravidão e suas feridas ainda não cicatrizadas, como: racismo, machismo e desigualdade.

Na noite da próxima quinta-feira (11), às 20h, o Sesc apresenta o espetáculo “Pai contra mãe”, um monólogo encenado pela atriz Andrea Zeppini, da Cia Blimunda.
Como sabe-se, Machado de Assis retratou fortemente as questões sociais de sua época. Negro, descendente de escravos, Machado veio de uma família pobre, mas que lhe proporcionou uma infância feliz e com condições de conquistar seu lugar na vida.
Machado de Assis retrata em suas obras — principalmente – a burguesia, mais especificamente, a burguesia carioca. Os pobres e os escravos aparecem quase sempre, como pano de fundo, mas estão lá dando o tom, o contraponto, o contexto e a estrutura para as tramas vividas pelos ricos.
Diferentemente dos outros trabalhos, neste conto os protagonistas são pertencentes às camadas mais baixas da sociedade: os pobres livres e os escravos. Duas categorias que pouco se diferenciam e durante a encenação o público será convidado e estimulado a pensar sobre os principais motivos desta linha tão tênue.
O solo cênico preserva integralmente o texto machadiano e a atriz encena as personagens que aparecem no conto usando apenas o corpo, a voz e alguns poucos objetos.
“Pai contra mãe” é um texto indispensável para as pessoas que gostam de pensar sobre o Brasil, sua estrutura social e os preconceitos de classe que reafirmam a injustiça, a desigualdade e o racismo.
Espetáculo “Pai contra mãe”, quinta-feira (11), às 20h, no Sesc Catanduva (Praça Felício Tonello, n° 228 – Vila Rodrigues, Catanduva), grátis e aberto ao público em geral.
Link: Pai contra mãe