Sesc Rio Preto apresenta versão de obra clássica de Nelson Rodrigues: A Falecida

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Camila Morgado protagoniza montagem de Sergio Módena para obra de Nelson Rodrigues no dia 18/01(sábado), às 20h no teatro do Sesc.

O Sesc Rio Preto recebe no sábado, dia 18 de janeiro, às 20h, o espetáculo teatral, “A Falecida”, direção de Sergio Módena para obra de Nelson Rodrigues. A montagem traz o elenco: Thelmo Fernandes, Stella Freitas, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Thiago Marinho, Alan Ribeiro e Camila Morgado.

Escrito em 1953, o clássico de Nelson Rodrigues (1912-1980), completou 70 anos em 2023. Com estreia nacional no dia 18 de agosto no Sesc Santo Amaro – SP, onde realizou uma temporada de 2 meses com grande sucesso junto à crítica e lotando todas as apresentações.

Em Teatro Completo de Nelson Rodrigues, de 1984, o crítico Sábato Magaldi, organizador desta coletânea, divide as 17 peças escritas pelo autor em três ciclos: peças psicológicas, peças míticas e as Tragédias cariocas. As oito tragédias estão agrupadas nos volumes 3 e 4: A falecida (1953), Perdoa-me por me traíres (1957), Os sete gatinhos (1958), Boca de ouro (1959), O beijo no asfalto (1961), Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária (1962), Toda nudez será castigada (1965) e A serpente (1978).

Com 05 indicações ao Prêmio FITA 2023, receberam os prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante – Stela Freitas e Melhor Espetáculo – Juri Popular.

Sobre a peça

Classificada pelo saudoso crítico teatral Sábato Magaldi como uma das Tragédias Cariocas de Nelson Rodrigues, A Falecida narra o plano da tuberculosa e frustrada Zulmira, que sonha em ter um enterro cheio de luxo e pompa. Dessa forma, ela causaria inveja em sua prima e vizinha Glorinha, com quem nem fala mais e tem uma relação inexplicável de competição.

Um pouco antes de morrer, Zulmira pede para seu marido Tuninho, que está desempregado e gasta todo o dinheiro com apostas, procurar o milionário Pimentel. Ela quer que o empresário pague para ela um enterro de 35 mil cruzeiros – o que beira o absurdo, uma vez que, na época, os funerais custavam menos de mil cruzeiros.

Logo depois da morte de Zulmira, ainda sem saber como ela conheceu Pimentel, Tuninho vai à mansão dele descobre que o rico empresário e sua esposa eram amantes. O marido traído ameaça contar tudo para um jornal inimigo de Pimentel e consegue arrancar dele uma pequena fortuna. Tuninho, então, dá à Zulmira um enterro “de cachorro” e aposta todo o resto do dinheiro num jogo de futebol.

Mesmo tendo sido escrita nos anos 1950, A Falecida “revela sua força e atualidade num país ainda regido pela falsa moralidade e hipocrisia. Nos dias de hoje o fanatismo religioso abordado por Nelson Rodrigues tornou-se ainda mais significativo em nosso país. A personagem Zulmira traiu o marido e, por esse motivo, ela é consumida pela culpa. Seu desejo por um velório luxuoso é sua maneira de se vingar de um mundo que não lhe oferece possibilidade de transformação. A morte torna-se sua redenção. Desse modo, o autor nos coloca um dilema: Poderá um enterro de luxo compensar uma vida de desilusões?”, indaga o diretor.

Segundo o diretor, a encenação propõe uma estética atemporal. No cenário de André Cortez, um grande mausoléu (um signo da ostentação social em meio aos mortos) é o espaço por onde os diversos planos de ação irão ocorrer. Os figurinos de Marcelo Olinto não buscam a reprodução histórica da década de 50. Ao contrário, parecem apenas evocar um tempo passado, atravessando diversas épocas. A trilha sonora, composta por Marcelo H, explora o conflito entre o sagrado e o profano.

“Quando Zulmira se sente culpada, ela busca se afastar do profano, sendo constantemente atormentada por essa ideia. A trilha sonora percorreu diversos estilos, combinando desde obras de Dalva de Oliveira até samba. Essa mescla de estilos é uma característica marcante de Nelson Rodrigues, que inseria elementos cômicos em suas tragédias. O humor peculiar de Nelson está presente em nossa montagem, mesmo diante da trágica história de Zulmira”, acrescenta Módena.

Sobre Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues foi jornalista, cronista, romancista e um dos maiores dramaturgos brasileiros. Nascido no Recife, Pernambuco, mudou-se em 1916 para a cidade do Rio de Janeiro. Quando maior, trabalhou no jornal A Manhã, de propriedade de seu pai, Mário Rodrigues. Foi repórter policial durante longos anos, de onde acumulou uma vasta experiência para escrever suas peças a respeito da sociedade.

Sua primeira peça foi “A Mulher sem Pecado”, que lhe deu os primeiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. O sucesso veio com Vestido de Noiva, que trazia, em matéria de teatro, uma renovação nunca vista nos palcos brasileiros. Com seus três planos simultâneos (realidade, memória e alucinação), as inovações estéticas da peça iniciaram o processo de modernização do teatro brasileiro. A consagração se seguiria com outros sucessos, transformando-o no maior dramaturgo brasileiro do século vinte.

Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer a sua paixão por futebol. Grandes atores e encenadores continuam a revisitar suas obras, visto que esta parece jamais se esgotar e permanece relevante ainda hoje. Nelson morreu no rio de janeiro no ano de 1980, deixando um legado literário reconhecido internacionalmente.

Ficha Técnica

Texto: Nelson Rodrigues

Direção: Sérgio Módena

Elenco: Camila Morgado, Thelmo Fernandes, Stela Freitas, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Alan Ribeiro, Thiago Marinho

Direção Musical: Marcelo H

Cenário: André Cortez

Iluminação: Renato Machado

Figurino: Marcelo Olinto

Preparação Corporal: Laura Samy

Programação Visual e Fotos: Victor Hugo Cecatto

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Produção Executiva: Ana Velloso e Vera Novello

Direção de Produção: Lúdico Produções Artísticas

Produtores Associados: Camila Morgado, Sergio Módena e Lúdico Produções

SERVIÇO:

Espetáculo: A Falecida

A Falecida apresenta a jornada de Zulmira para realizar o sonho de ter um enterro espetaculoso e mostrar a sociedade que sua família está “bem de vida”. Cenas de flashback se misturam à narrativa presente, numa troca de ambientes que, por vezes, tenciona e, por outras, causa um inusitado e bem-vindo alívio cômico.

Dia 18/01. sábado, 20h. Teatro. R$15,00, R$25,00, R$50,00. A16. 90 minutos. Link: https://drive.google.com/file/d/1Ck8gukOtXWtJlQSt1W6Juqk16RzlXqvj/view Link para ingressos: https://www.sescsp.org.br/programacao/a-falecida-5/

Sesc Rio Preto     Avenida Francisco das Chagas Oliveira, 1.333 

Informações: (17) 3216-9300     sescsp.org.br     Facebook e Instagram: /sescriopreto 

YouTube: /sescriopreto   

Horário de funcionamento: terça a sexta, 13h às 22h. Sábados, domingos e feriados, 9h30 às 19h.