Em suas unidades no estado de São Paulo, instituição incrementa a oferta gratuita de água filtrada em copos retornáveis e amplia a quantidade de bebedouros disponíveis para o público frequentador, funcionários e prestadores de serviço.
Iniciativa leva o nome “Água de Beber” e visa reduzir a geração de resíduos, além de abordar a água como um direito universal;
Expectativa é de que cerca de dois milhões de garrafas plásticas deixem de ser comercializadas nas unidades por ano.
O Sesc São Paulo (Serviço Social do Comércio), organização privada mantida por empresários do comércio, serviços e turismo, anuncia medida de dimensões socioambiental, educativa, de cidadania e de saúde. Reforçando seu compromisso de gestão responsável com o meio ambiente e as pessoas, as unidades do Sesc no estado de São Paulo deixam de vender água engarrafada sem gás a partir de 1º de março e ampliam a oferta de água filtrada e gratuita nas comedorias e estruturas de apoio às atividades desenvolvidas pela programação. Entre os principais objetivos da iniciativa, que leva o nome de “Água de Beber”, está a redução da utilização de materiais de uso único, além de conscientizar acerca do acesso gratuito à água como um direito universal.
A iniciativa integra o programa Lixo: Menos é Mais (leia mais sobre o programa abaixo) e tem como principais alicerces os benefícios à saúde, a segurança hídrica, a sustentabilidade e a cidadania. A expectativa é de que dois milhões de garrafas plásticas deixem de ser comercializadas nas unidades por ano. “A ação se destaca por seu potencial educador e por mobilizar pessoas em torno do debate da cultura da sustentabilidade. Na medida em que a relação de interdependência sociedade-natureza se coloca como um imperativo para a atuação do Sesc nos territórios em que está presente, é possível vislumbrar projetos e ações cujos arranjos estão ancorados na conservação da biodiversidade, congregando práticas de proteção do ambiente e das pessoas de forma indissociável. “, explica Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.
Miranda destaca a atuação do Sesc SP ao assumir seu papel de corresponsável na cadeia de geração e destinação de resíduos plásticos, amenizando os impactos socioambientais advindos de suas atividades. Assim, fortalece a responsabilidade socioambiental da instituição e orienta a formação cidadã.
ACESSO À ÁGUA DE QUALIDADE
Uma campanha sobre esse posicionamento está em curso e reúne diversas ações. Nas unidades, informações sobre a oferta de água gratuita e a disponibilização de copos retornáveis (policarbonato – 200 ml) informam os frequentadores sobre a novidade. Há sinalização indicando os pontos de fornecimento, telas de fruição, anúncios e campanhas educativas que refletem sobre a qualidade da água, o acesso, consumo e destinação responsável de resíduos.
“A Portaria 2.914 do Ministério da Saúde dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e apresenta especificações sobre o padrão de potabilidade da água e os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade”, afirma Irimar Palombo, Coordenadora de Infraestrutura da Gerência de Engenharia e Infraestrutura do Sesc São Paulo. E complementa: “a análise é feita mensalmente, em formato de rodízio, nos pontos de consumo. Todas as unidades possuem contrato com laboratório de análise, garantindo a qualidade da água de consumo, conforme padrões indicados no decreto.”
O Sesc segue parâmetros uniformizados e tem procedimentos determinados no seu Guia de Infraestrutura, com capítulo específico para a manutenção de bebedouros. A implementação do projeto atenderá às especificidades técnicas referentes à coleta e distribuição de água em cada unidade. A higienização dos bebedouros é obrigatória, por lei, realizada semestralmente, e feita por empresa especializada.
A unidade de Campinas, no interior de São Paulo, foi a primeira a implementar o projeto de transição, em junho do ano passado. A experiência constituiu um piloto para a expansão dessa ação, com adesão gradativa das demais unidades. O Sesc Guarulhos, inaugurado no primeiro semestre de 2019, já surgiu com a prática de não venda de água sem gás em garrafa plástica. Os frequentadores sempre tiveram água livre à disposição por meio de purificadores presentes em diversos espaços da unidade.
Outro precedente importante foi o encerramento do uso de canudos plásticos em todas as unidades no segundo semestre de 2018.
CONTEXTO
Com a oferta de água filtrada gratuita em suas unidades, o Sesc São Paulo se antecipa aos crescentes debates, em âmbito mundial, que estimulam o acesso à água potável como direito universal. A medida também vem ao encontro de recomendações de organismos internacionais, como a ONU, que apontam para a necessidade de redução da produção de lixo sólido.
No município, na primeira quinzena de janeiro deste ano, a prefeitura de São Paulo sancionou lei Nº 17.261, que proíbe o fornecimento de copos, pratos, talheres, agitadores para bebidas e varas para balões descartáveis feitos de material plástico aos clientes de estabelecimentos comerciais da cidade, que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2021.
Desde 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio da Resolução 64/292, de 28 de julho de 2010, reconheceu o direito ao acesso à água potável e ao saneamento como direito humano essencial ao pleno desfrute da vida. Atualmente, no Brasil, o Senado discute a aprovação da PEC que inclui, na Constituição Federal, o acesso à água potável entre os direitos e garantias fundamentais. A promulgação da emenda depende ainda de aprovação.
Paralelo a isso, a atual situação do lixo no mar tem sido noticiada, com mais ênfase, nos últimos três anos. Em 2017, a ONU promoveu, na sua sede em Nova Iorque, a Conferência Sobre Oceanos, para apoiar a implementação do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 14, que tem como meta conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Nos oceanos, de acordo com a ONU, 90% dos lixos são compostos por plástico. A estimativa é que em 2050 a quantidade de plásticos na água supere a de peixes.
No Brasil, um novo Marco Legal do Saneamento Básico, que prevê alterar o futuro dos lixões a céu aberto e abre caminho para aumento da participação da iniciativa privada no setor foi aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de 2019. Recém-publicado decreto presidencial adiou para 2022 (antes era dezembro de 2019) o prazo final para que os municípios brasileiros elaborem seus planos de saneamento básico.
PROGRAMAÇÃO RELACIONADA
Bate-papo
OCEANO DE PLÁSTICO
Em 32 anos os oceanos vão abrigar mais plástico do que peixes e 100% dos animais marinhos terão se alimentado ou sofrido com as consequências do lixo no mar. Os impactos da nossa poluição nos oceanos e a urgente necessidade de uma conscientização ambiental a respeito da vida nos traz um novo olhar sobre nossos escolhas e ações. Neste bate-papo vamos entender o tamanho do problema e como podemos reverter essa situação! Com Agente de Educação Ambiental do Sesc São Paulo.
4 a 25/3. Quartas, 10h30.
Sesc Bertioga
Vivência
NOSSO LIXO DE CADA DIA
Bate papo com Cooperativa de Catadores/as de Materiais Recicláveis Vida Nova, de Campo Limpo Paulista.
6/3. Sexta, 19h.
Sesc Jundiaí
Bate-papo
COMO GARANTIR O ACESSO À ÁGUA COMO DIREITO FUNDAMENTAL?
Com base no pressuposto de que o acesso à água é um direito de todos e todas, participam da mesa de debate Edson Aparecido da Silva, secretário-executivo do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), e Edvaldo Gonçalves de Souza, coordenador estadual do Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR).
24/3. Terça, 18h30.
Sesc 24 de Maio
SOBRE O PROGRAMA LIXO: MENOS É MAIS
Programa institucional de caráter educativo que estimula o envolvimento de diversos públicos – por meio de ações práticas – na busca por caminhos que promovam a sustentabilidade.Atua de maneira transversal na Instituição e promove diversas ações educativas que estimulam a reflexão sobre diferentes formas de consumo, a minimização e destinação responsável dos resíduos gerados nas atividades do Sesc, adotando princípios como a redução do uso de materiais de uso único e a geração de resíduos; a possibilidade de reutilização de materiais; a reciclagem e, por fim, a destinação responsável de todos os resíduos.
São promovidas ações educativas regulares com a temática do consumo e gestão de resíduos, como oficinas, cursos, palestras, vivências e visitas mediadas em diversas unidades do Sesc São Paulo.
Saiba+: sescsp.org.br/lixomenosemais
SOBRE O SESC SÃO PAULO
Com 73 anos de atuação no estado e 40 unidades operacionais, o Sesc São Paulo desenvolve programas e iniciativas com o objetivo de oferecer bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc (Serviço Social do Comércio) é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. Todas as iniciativas do Sesc partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. Todos os saberes acumulados pelo Sesc ao longo de sua trajetória tornaram-no uma referência na elaboração de políticas para as diversas áreas em que atua. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas.
Saiba+: sescsp.org.br/sobreosesc