Você convive ou já conviveu com um Borderline?

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Viver com Borderline: intensidade, vulnerabilidade e caminhos de cuidado

Artigo pela autoria de Dra Silvia Cardosos do Amaral / CRP06/113107

OTranstorno de Personalidade Borderline (TPB) é muitas vezes mal compreendido. Ele vai além da instabilidade emocional ou dos altos e baixos nos relacionamentos: trata-se de uma maneira intensa de sentir o mundo, de se conectar com os outros e de experienciar a própria vida.

Quem vive com borderline frequentemente sente emoções de forma amplificada, passando rapidamente da alegria à tristeza ou à raiva. Existe também um medo profundo de abandono, que pode levar à autoexclusão, à dependência emocional ou a buscas intensas por proximidade, mesmo que isso traga sofrimento. Esse paradoxo , desejar conexão, mas temer ser ferido ,é uma das experiências centrais do transtorno.

Alguns comportamentos de risco podem surgir como tentativas de lidar com essa dor intensa: impulsividade, abuso de álcool ou outras substâncias, gastos compulsivos, comportamentos sexuais de risco e até automutilação. Não se trata de fraqueza ou falta de caráter; são maneiras desesperadas de tentar equilibrar emoções avassaladoras.

No campo dos relacionamentos, a pessoa borderline pode se apegar com intensidade a quem demonstra afeto, mas também se afastar ou se alinhar a vínculos que não oferecem cuidado genuíno, reforçando sentimentos de solidão e abandono.

É essencial lembrar que o TPB não define a pessoa. Por trás dos sintomas e comportamentos de risco existe um ser humano que sente profundamente e que precisa de acolhimento, compreensão e estratégias para regular suas emoções. Psicoterapia, apoio familiar, compreensão social e, quando necessário, acompanhamento medicamentoso oferecem caminhos para uma vida mais equilibrada e relacionamentos mais seguros.

Falar sobre borderline é também falar de empatia: reconhecer a dor, acolher a vulnerabilidade e oferecer cuidado. A intensidade das emoções não precisa ser sofrimento. Com apoio adequado, é possível transformar vulnerabilidade em força, aprender a lidar com sentimentos intensos e construir vínculos mais saudáveis e afetuosos.
Quem vive com borderline merece cuidado, escuta e esperança. Com acolhimento, é possível sentir profundamente sem se perder, amar sem sofrer e se reconectar consigo mesmo e com os outros.

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição) define o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) como um padrão pervasivo de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada, presente desde o início da idade adulta e em contextos variados. O diagnóstico deve ser feito por profissional qualificado, considerando a gravidade, a frequência e o impacto funcional dos sintomas. É importante lembrar que o TPB não é uma escolha, nem define caráter ou valor da pessoa, e o tratamento (psicoterapia, apoio social, e em alguns casos medicação) pode trazer grande melhora na qualidade de vida.

*Professora, psicopedagoga e psicóloga, Sílvia Helena Cardoso do Amaral é pós-graduada em Psicologia Sexual, Neuropsicologia, Psicanálise Clínica, Saúde Mental e Terapia de Casais.

Silvia Helena Cardoso do Amaral / CRP06/113107

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