Em livro, autora de 94 anos, compartilha parte das suas memórias através de poesias
O Riopreto Shopping promove, no dia 15 de janeiro, às 20 horas, o lançamento do livro “Zulmira de Z a A”, de Zulmira Nery Praxedes. O projeto foi contemplado pelo Prêmio Nelson Seixas. A data foi escolhida por ser o dia em que autora completa 95 anos.
Feito literatura de cordel, entre versos rimados, o livro é uma cartografia de vida da autora baiana.
Escrito em prosa poética, conta histórias da infância na sombra do juazeiro e da saudade da Bahia. História da vizinha que virou personagem em rima, de árvore que virou verso. Do caboclo da roça dos confins do sertão.
O livro “Zulmira de Z a A” reúne 80 poesias, até então espalhadas por agendas e misturadas entre páginas com receitas, orações e anotações, que narram, do ponto de vista da autora, as andanças da vida, da Bahia a São Paulo, feito arquivo pessoal.
Contemplado pelo Prêmio Nelson Seixas 2019, na categoria Literatura – produção, as poesias ganharam ilustrações em técnica de xilogravura digital pela artista plástica rio-pretense Marta Canteiro.
Com intenção de incentivar a produção literária e artística na terceira idade, a editora Ponto Z é a responsável pela execução do projeto.
De fácil leitura e compreensão, as poesias convidam leitores de todas as idades a uma literatura de fortes traços culturais do nordeste brasileiro e que coloca o idoso em papel ativo e produtivo na sociedade, resgatando a função social perdida, de repasse de experiência e do lugar da sabedoria.
Autora
Zulmira Nery Praxedes é baiana de Aramari. De pequena pegou gosto pela rima. Aos quatro anos recitou “A Juriti”, uma obra-prima de Casimiro de Abreu.
Aos 26 anos ela saiu do sertão com destino à capital paulista, onde ela construiu seu novo lar.
Zulmira sempre foi uma leitora assídua, que aprendeu a gostar de poesia porque a irmã mais velha, Maria Amália, declamava pra ela, desde pequena. E antes mesmo de aprender a ler, ela decorava as rimas e ia memorizando.
E desde então tudo se torna poesia, desde o cachorro de rua, a paneira que floresce, até as histórias de gente da família e de amigos.