Focada em obras audiovisuais de São José do Rio Preto e região, plataforma é lançada dia 20 de outubro, com nove títulos disponíveis, que podem ser assistidos em qualquer equipamento com acesso à internet
Entrou no ar em 20 de outubro, a plataforma virtual Cine Rio Preto, dedicada a obras audiovisuais produzidas por artistas de São José do Rio Preto e região e com acesso grátis para toda a comunidade. O projeto é do multiartista Marcelo Nogueira, responsável pela ideia original e criação.
A plataforma disponibiliza em seu catálogo filmes e séries documentais e de ficção, nos gêneros adulto e infantil, bem como publicitários e institucionais relacionados à cultura e à arte. O conteúdo pode ser visto em todos os tipos de equipamento com acesso à internet. Não é efetuada qualquer cobrança para assistir ou enviar materiais, bastando fazer um cadastro gratuito, sem exigência de pré-requisitos. As produções enviadas podem ser realizações por meio de fomento ou iniciativas independentes.
O Cine Rio Preto chega com nove títulos em seu catálogo: “Efêmera” (concepção de Tiago Mariusso e Leonardo Bauab); “Entre Quatro Lives” (a partir do texto “Entre quatro paredes”, de Jean Paul Sartre, com adaptação e direção de Mariusso); “Excessos, café, solidão” (idealização de D’Albert); “HUMALTERIDADE” (direção e pesquisa de Vanessa Cornélio); “No war I e II” (ideia original e performance de Mariusso); “O Um e Seu Outro” e “Iauaretê” (ambas com argumento e direção de Mariusso); “Pequeno” (série infantil dirigida por Linaldo Telles); e “Razão Inadequada” (teaser da obra, com direção geral e artística de Fábio D’Albert). Todas as obras possuem recursos de acessibilidade. No caso de títulos enviados sem tais meios, a própria plataforma os providencia sem ônus para a equipe criadora.
A proposta é que o Cine Rio Preto tenha seu catálogo atualizado regularmente e assim se transforme em uma vitrine para o talento e a criatividade da comunidade, ao mesmo tempo em que ofereça uma experiência de streaming única ao público. “Os artistas locais terão um espaço para compartilhar e promover seus trabalhos, o que pode gerar mais oportunidades de financiamento e reconhecimento”, afirma Nogueira.
O Cine Rio Preto ficará no ar pelo período de três anos, também podendo servir como portfólio para artistas envolvidos nas produções, que terão a opção de inserir na plataforma a quantidade de obras desejadas. Profissionais de toda a cadeia do audiovisual e áreas afins poderão se beneficiar, inclusive atrizes e atores.
O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo de São José do Rio Preto, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal.
SERVIÇO:
Cine Rio Preto
Plataforma de streaming reservada para artistas de São José do Rio Preto e região. Obras com recurso de acessibilidade.
Para se cadastrar, acesse https://www.cineriopreto.com.br/.
Grátis
Ficha técnica do projeto:
Ideia original, criação, webdesigner, desenvolvimento de sistema e edição de conteúdo: Marcelo Nogueira e equipe Nozes Geoinformaçãoes, aeroinspeção e audiovisual
Produção executiva e desenvolvimento de conteúdo: Tiago Mariusso
Assessoria de imprensa: Graziela Delalibera
Obras disponíveis no lançamento (em ordem alfabética):
Efêmera
Intervenção que propõe questionar o deslocamento do ritmo cotidiano para um ritmo poético, questionador; que traga à tona aspectos da cidade que se tornam invisíveis pela vida acelerada nos grandes centros urbanos, para que possamos estabelecer discussões sobre os problemas das cidades, no caso os indigentes, refletindo sobre as possibilidades de relação entre os trabalhos em espaços públicos e privados, reivindicando a cidade como espaço para a arte.
Ficha técnica:
Concepção: Tiago Mariusso e Leonardo Bauab
Performers: (alunos da Casa de Cultura Dinorath do Valle)
Adriana Senna Bracioli
Lyvia Maria Regatieri
Fabiana Pezzotti
Victor Tochio
Cristina Visconi Nagafuti
José Vitor Gomes
Vinícius Dall´Acqua
Jaqueline Roberta
Verônika Nika
Eduardo Calil
Entre Quatro Lives
Inspirado na obra “Entre quatro paredes”, de Jean Paul Sartre, o espetáculo virtual se ambientaliza numa prisão pós-morte em que as pessoas julgadas são condenadas a passarem o resto de sua eternidade presas, ligadas ininterruptamente por conectores neurais, onde a consciência fica ativa dentro de uma live eterna, onde cada “freguês” é o carrasco do outro, num jogo existencial eterno.
Ficha técnica:
Livre Inspiração do texto Entre quatro paredes de Jean Paul Sartre
Adaptação e direção: Tiago Mariusso
Elenco: Rodrigo Andrade, Fabiana Abranches, Gisele Lançoni e Henrique Nerys
Captação e edição de imagem: Marcelo Nogueira
Designer de Aparência: Isaac Ruy
Produção: Agrupamento Ir e Vir
Excessos, café, solidão
A atitude de corpos que se colocam, se expõe, se excedem, instalando uma dramaturgia de maneira a não obedecer a uma lógica discursiva, nem casual, mas sim colocando em jogo, excessos de imagens corporais regadas a café e traduzidas em solidão. A proposta é relatar por meio da performance e projeções (videografismo) experiências e consequências da nova realidade, um novo normal que nos coloca em xeque quando lidamos com contato e relações humanas. A performance tem por objetivo trazer em sua composição sons, imagens e expressões corporais que nos remetam a detalhes de um cotidiano e também de quarentena, a exploração de sentimentos e saúde mental em tempos de adaptação do que não se é uma zona de conforto. O trabalho contém em seu princípio a relevância artística para a apreciação e reflexão de espectadores online, um assunto que atinge a todos, a elucubração e discussão sobre esse período e como podemos nos manter saudável tanto fisicamente quanto psicologicamente é indiscutivelmente imprescindível, bem como o tema do projeto, o isolamento.
Ficha técnica:
Idealização: Fábio D’Albert
Produção: Marcelo Nogueira e Fábio D’Albert
Direção: Fábio D’Albert
Captação e edição: Marcelo Nogueira
Performer: Fábio D’Albert
Criação de arte para divulgação: Marcelo Nogueira
HUMALTERIDADE
Pesquisa as construções do corpo performativo, limitado pela dificuldade de locomoção, inserindo-o numa perspectiva da Alteridade. Quer provocar o espectador usando, como fio condutor, a noção da realidade do distinto, enquanto percorre a fronteira cartográfica corpórea. A relação entre o espectador e o objeto artístico se desloca então de uma relação essencialmente estética, para uma relação ritualística, onde há um menor distanciamento psicológico, entre o objeto e o espectador. Nessa ação, órgãos, sistemas ou elementos anatômicos ou biológicos, figuram-se na natureza do que é o outro, propondo alteridade horizontal, em trânsito, onde convivem em oposição e em interpenetração constante, o selvagem e o cultivado.
Ficha técnica:
Direção e pesquisa: Vanessa Cornélio
Performers: Antônio Soler e Vanessa Cornélio
Trilha Sonora: Milton F. Verderi
Iluminador: Tiago Mariusso
Assistente/contra-regra: Antônio Soler
Vídeo: Marcelo Nogueira
Iauaretê
Em Iauaretê, as manifestações sociais e políticas contidas no conto, Meu tio, o Iauaretê são tratadas como elementos de criação e motivação do movimento e também como ponto de partida para se pensar a memória onírica da questão indigenista no Brasil em relação a miscigenação atual da população. Em cena os intérpretes/criadores fazem um paralelo entre dois universos: o real, abordando as questões atuais que atravessam todos habitantes do país e o ficcional através da transmutabilidade proposta no conto de Guimarães e acentuada no artigo de Tânia Stolze Lima sobre a comunidade Juruna. Dessa forma, os intérpretes/criadores costuram imagens e memórias do senso comum provocando uma ruptura institucional para construir uma videoarte genuinamente brasileira que dialogue com a problemática indígena da terra.
Ficha técnica:
Argumento e direção – Tiago Mariusso
Dramaturgia provocativa – Eduardo Okamoto
Filmagem e edição – Marcelo Nogueira e Nozes Geoinformações
Performers – Henrique Nerys, Kiko Andrade, Luis Andrade e Marcelo Nogueira
Produção: Agrupamento Ir e Vir
No war I e II
A guerra na Ucrânia, a guerra no morro, na favela, na cidade, entre facções, entre policiais brancos e a população negra, indígena, os imigrantes, a mulher negra, a lgbtfobia, o verde amarelo e o vermelho, guerra do poder e para o poder. Guerra inútil.
Existe guerra que não seja inútil? Já dizia Ailton Krenak: “Hoje, exatamente hoje, estamos em guerra”.
A guerra não acaba porque o “humano” está vivo.
Utilizando-se de materialidades como argila, guache, ataduras, terra, folhas e outros elementos naturais, o performer cria um trajeto de passagem a partir de estados da matéria. “Uma ecoperformance artivista”.
Ficha técnica:
Ideia original e performer: Tiago Mariusso
Câmera e fotografia: Sávio D’Agostino
O Um e Seu Outro
Partindo da fisicalidade como estímulo da subjetividade por meio da visualidade, a ecoperformance é o resultado do processo de experimentações do artista acerca da investigação da obra de Guimarães Rosa (Meu tio Iauaretê), com o conceito da pop art, que produz um forte apelo estético, com cores acentuadas e muitas vezes divergentes do original. Os espaços escolhidos para as gravações performativas, serão morros de terra vermelha, floresta nativa e cachoeiras, coloração acentuada no corpo do performer, elementos naturais, como argila, folhas de bananeira, gravetos, folhas secas, entre outros. A imobilidade e o “enraizamento” proposto como conceito centralizador, juntamente com a comunicação não verbal e a potencialidade onírica favorecem a construção de uma estética influenciada pela pop art num composto hibrido, apropriando-se do teatro, artes visuais, música, ações performativas e até mesmo dança.
Ficha Técnica
Parte I e II
Performance e edição de imagem: Tiago Mariusso
Produção e assessoria de captação de imagem: Sávio D´A gostinho
Parte III
Pintura corporal: Mah Almeida
Filmagem: Marcelo Nogueira
Pequeno (série infantil)
Herman, um escritor que há muitos anos escreve sobre o mundo dos mares para fugir de sua solidão, narra as aventuras do Navio Pequeno e seus tripulantes: Minerva, uma moça valente e quixotesca, neta do famoso Capitão Ahab; Davi, um jovem judeu que sonha reencontrar sua mãe; Brasa Vermelha, um sábio indígena que adora se comunicar com os animais e Obi, um menino africano, que durante uma viagem é raptado pela poderosa Baleia Branca. Os jovens tripulantes conseguirão romper os mares e resgatar Obi? Essa jornada contra a supremacia e o preconceito, será a bússola que conduzirá nossos pequenos heróis em direção à liberdade, à igualdade e à fraternidade.
Livre inspiração em “Moby Dick”, de Herman Melville, e outras histórias.
Direção: Linaldo Telles. 2023. Livre.
Razão Inadequada (teaser)
Essa história poderia ser apenas sobre relações. No entanto, são tempos sombrios. Estamos inseridos em uma sociedade violenta, preconceituosa. Um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível, tornando-se fatal para nossa capacidade de amar, seja esse amor direcionado ao próximo, nosso parceiro ou a nós mesmos. Estamos em constante luta pelos preceitos democráticos e por isso damos vozes e corpos às minorias oprimidas nesta história, trazendo um relato crítico das relações. Toda trama do trabalho surge da necessidade em falar dessas relações, retratadas aqui por um casal homossexual. O cenário, revelador e misterioso, infunde uma transparência, onírica e concreta, e absorve olhares curiosos sobre o que há em seus elementos. O figurino exprime ânimos. Vozes vislumbram a narrativa, com bailarinos ofegantes que se jogam em cena em busca do acaso e da necessidade, da disputa e do poder. Ora entrelaçados, ora amarrados com cordas, os corpos em cena se aprisionam e se libertam, fazendo com que a dramaturgia se torne evidente, e nos leve a investigar partes inexploradas de nós mesmos. Se não é o que parece ser, o que seria então?
Ficha técnica:
Direção geral e artística: Fábio D´Albert
Dramaturgia: Adverso Coletivo
Assessoria conceitual (argumento): Camila Vendrametto Dias (CRP-06/102153)
Assessoria de movimento: Andréa Pivatto
Ensaiadora: Thaís Benites
Trilha Sonora: Construção embasada em áudios de domínio público.
Desenho de luz: Adverso Coletivo
Cenografia/figurinos/maquiagem: Luís de Paula
Produção: Adverso Coletivo
Fotografia: Camila Côrtes
Elenco: Fábio D´Albert e Marcelo Nogueira
Operador de luz e som: Thaís Benites