A Vida Tem o Sabor de Uma Maçã: Ácida, Doce e Inesquecível

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Artigo

*Dra Silvia Helena Cardoso do Amaral / CRP06/113107

Morder uma maçã parece uma coisa simples. Mas se você parar para sentir de verdade, vai perceber que há ali uma dança de sabores, uma mistura inesperada de sensações. O primeiro toque é ácido. Quase um choque. Um despertar. E então, aos poucos, o doce vai surgindo, preenchendo o paladar como quem pede calma e entrega.

E a vida… ah, a vida não é tão diferente assim.

Tem dias em que tudo parece ácido.
Acordamos com um aperto no peito, com a sensação de que o mundo pesa mais do que o habitual. Acontecem perdas, rupturas, silêncios que gritam. Momentos em que parece que estamos mordendo só a parte amarga da existência, como se a doçura tivesse esquecido da gente.

Mas não esquece. Ela vem.
Ela sempre vem.

A vida tem essa forma de nos testar, de nos levar ao limite para depois nos devolver esperança em detalhes pequenos ,um olhar carinhoso, um pôr do sol inesperado, uma mensagem que chega no momento certo. Como o sabor doce que aparece depois da acidez da maçã, a vida também nos presenteia com instantes de alívio, de alegria, de paz.

E talvez o segredo não seja esperar só os momentos doces, mas aprender a saborear tudo.
Porque o ácido também tem seu valor.
Ele limpa, acorda, prepara. Ele nos dá contraste, profundidade. Ensina.
Sem ele, o doce seria apenas comum. Sem graça.

Cada pessoa vive esse sabor de um jeito.
Alguns vivem fases longas de acidez, como quem atravessa desertos em silêncio. Outros encontram doçuras com facilidade, mas ainda assim sabem que a qualquer momento o sabor pode mudar. Porque é assim que a vida é feita: de ciclos, de contrastes, de extremos que se encontram no meio do caminho.

E como a maçã, a vida também tem seu núcleo,o coração, onde estão as sementes.
Ali mora o que realmente importa. As raízes do que somos, as verdades que guardamos, as escolhas que fizemos. O que vai florescer no amanhã depende da forma como vivemos cada mordida do agora.

Às vezes, é preciso coragem para morder a vida com os dois pés no chão e o coração aberto.
Aceitar que haverá dias ácidos e dias doces.
Que haverá lágrimas, mas também gargalhadas.
Que a dor não vem para destruir, mas para transformar.

Talvez, no fundo, a vida só peça isso da gente:
Presença.
Entrega.
Coragem para sentir tudo o que arde e o que cura.

Então, da próxima vez que você tiver uma maçã nas mãos, não tenha pressa.
Morda devagar.
Sinta.
E lembre-se: cada sabor é um lembrete de que viver é isso experimentar tudo, com inteireza, com verdade, com fé.

Porque a vida, como a maçã, pode surpreender e no meio da acidez, sempre há espaço para o doce.

*Professora, psicopedagoga e psicóloga, Sílvia Helena Cardoso do Amaral é pós-graduada em Psicologia Sexual, Neuropsicologia, Psicanálise Clínica, Saúde Mental e Terapia de Casais.

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