Artigo
*Dra Silvia Helena Cardoso do Amaral / CRP06/113107
A gente vive grudado nas telas. E muitas vezes nem percebe.
Elas preenchem todos os espaços vazios: a fila do mercado, o intervalo entre compromissos, os minutos antes de dormir. O silêncio virou desconforto. O tédio, inimigo. E estar só… quase um medo.
A gente aprendeu que sentir tédio é ruim. É como se ficar sem fazer nada fosse um sinal de preguiça, desperdício de tempo ou falta de produtividade. Por isso, assim que ele aparece, corremos para as telas, qualquer coisa que tire aquela sensação incômoda de “não estar fazendo nada”.
Mas a verdade é que o tédio faz parte da nossa regulação emocional. É um espaço de pausa, de desaceleração. Ele abre caminho para o descanso, para a criatividade, para a reflexão mas a gente quase nunca chega até lá. Estamos tão acostumados a buscar estímulo o tempo todo, que esquecemos como é só estar.
Viver conectado o tempo todo parece natural hoje. Mas esse excesso de informação, de ruído, de movimento, vai poluindo nossa mente. Ficamos mais ansiosos, mais cansados, mais desconectados de nós mesmos.
Porém é necessário pausar…
Mas existe um valor profundo nos momentos de solitude aquele estar consigo mesmo, sem distrações, sem performance, só presença.
O problema é que, quando a solidão aparece, é mais fácil abrir o celular do que encarar o próprio silêncio.
Se você sente vontade de se desconectar um pouco e viver esses momentos de forma mais consciente, aqui vão algumas ideias práticas e simples:
- Comece com pausas pequenas
Você não precisa sair da internet por uma semana. Comece com 10 minutos sem celular ao acordar. Ou um passeio curto sem fone de ouvido. Pequenas pausas criam espaço para o pensamento respirar. - Crie rituais offline
Faça um café e sente para apreciar, sem distração. Leia um livro físico. Escreva num caderno. Olhe pela janela. Rituais simples ancoram a mente no agora. - Reaproveite o tédio
Quando sentir aquele vazio que te faz buscar o celular, respira. Fica ali só por alguns minutos. O desconforto passa. E às vezes, uma ideia nova ou uma sensação boa aparece e você teria perdido. - Escolha momentos para deixar o celular longe
Durante uma refeição, antes de dormir, ou enquanto caminha. Esses momentos sem tela viram pequenos respiros de presença no meio do caos. - Cuide da mente como quem cuida do corpo
Do mesmo jeito que o corpo precisa de descanso, a mente precisa de silêncio. O excesso de estímulo cansa. Solitude é descanso, é nutrição interna, é encontro com a própria essência. Você se auto regula quando conhece seus limites e suas necessidades reais. Viva bem!

*Professora, psicopedagoga e psicóloga, Sílvia Helena Cardoso do Amaral é pós-graduada em Psicologia Sexual, Neuropsicologia, Psicanálise Clínica, Saúde Mental e Terapia de Casais
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