Copom elevou a Taxa Selic para 5,25% ao ano; o aumento reflete de duas formas: bom para investimentos; ruim para o consumo
“Essa elevação quer dizer que nossa economia ainda não está boa”, afirma a mentora em finanças Silvia Machado de forma resumida sobre a recente aprovação do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, do aumento da Taxa Selic de 4,25% para 5,25% ao ano. A elevação foi decidida nesta quarta-feira, dia 04.
Este foi o quarto aumento da Selic em 2021. Em março, o Copom já havia elevado a taxa de 2% para 2,75%, depois 3,5% e 4,25%, em maio e junho, respectivamente.
Mas como essa elevação na Selic (taxa básica de juros da economia) reflete no cotidiano? A mentora Silvia Machado explica que há reações de duas formas: Na primeira delas, negativamente. “Na hora que se eleva a taxa básica de juros, eleva juros de empréstimos, cartão de créditos e cheque especial”, diz.
A taxa Selic é utilizada para controlar a inflação. “Quando se eleva a taxa de juros básica do país, a ideia é diminuir o consumo. Você vai ao banco fazer um financiamento para comprar um carro, na hora que vê que o custo aumentou, adia esse plano. Então para o consumidor não é bom elevar a taxa de juros. As empresas precisam de empréstimos, pessoas utilizam o crédito como forma de aquisição de produtos, utilizam cartão de crédito e cheque especial”, explica Silvia.
Em contrapartida, para o investidor eleva a rentabilidade dos produtos de investimentos de renda fixa. “Tesouro Selic vai pagar mais. Papéis de renda fixa atrelados ao IPCA vão pagar mais. O CDB vai ser também influenciado por isso, até a poupança vai melhorar um pouco, embora não seja ainda o melhor instrumento de renda fixa”, afirma.
“Portanto, tem o lado bom que é para o investidor e o lado ruim para o consumidor, principalmente para o consumidor de crédito, que são empresas, são as pessoas físicas e, essa é uma maneira de evitar o consumo e impedir que a inflação seja ainda pior”, comenta a mentora em finanças.